sábado, 30 de novembro de 2013

CAPITULO VII==> ROMANCE A ROSA

   Capitulo VII
Naquela noite manhã depois de ter colocado mais um "potro no mundo" Diana resolvera passear pelos campos, cavalgar como antigamente, como sempre gostara de fazer.
  Para isso selou um de seus cavalos, e fora ao tal passeio.
  Nos arredores da fazenda havia uma grande área verde, onde figurava espaços campados e espaços de pequenas florestas. Eram lugares tranquilos, e naquela época do ano transpassava frescor.
 O vento batia na cabelereira de Diana, que conversava com os animais, e até com as plantas, algo que ela fazia desde que era uma menina.
  Pensava naquilo que havia lhe trago a sua pequena cidade, sabia que nunca conseguira se desprender de suas raízes, que gostava do povo simples, gostava do linguajar simples, e gostava mais ainda, da tranquilidade...
  Parou por debaixo de uma árvore, e ali só, começou a brincar com umas pedrinhas no chão, e a fazer figuras com as pedras, a relembrar a sua infância... Quando com sua irmã Iracema fugiam de mamãe para ir nadar no rio, ou quando levava bronca do papai por ter entrado no estábulo quando havia lá algum animal mais bravo... ou ainda quando na escola vivia seu primeiro romance... há Marquinhos... como suspirava ao lembrar do Marquinhos aquele menino calado, mas de muita boa forma... aquele menino capaz de fazer nela os mais diversos sentimentos...
  Indagou-se naquele instante se algum dia poderia rever o Marquinhos.... Bobagem... amor tolo... amor de criança... em breve seu noivo viria em sua casa e oficializaria o pedido de casamento... mas Marquinhos não saia da cabeça de Diana... E nem ela queria que saísse. Lá no fundo ela tinha a esperança de reecontra-lo.
  Marquinhos foi o seu primeiro namoradinho, tinham cerca de oito à doze anos quando começaram aquele amor infantil. Se conheciam desde crianças, pois Marquinhos era filho de um dos empregados do Sr. Marajó, pai de Diana. Brincavam na escola, brincavam na fazenda. Brigavam também, mas não conseguiam se separar.
  Mas de uma hora para outra Marquinhos desapareceu, ninguém mais o viu naquela fazenda, e quando Diana perguntava para o pai onde estava o menino, ele nem resposta dava, quando muito dizia, que aquele menino era sem importância. E era isso que intrigava Diana, pois antes o pai gostava tanto daquele menino, o tratava tão bem, o ensinou a montar, a tirar leite, fez dele um peãozinho, para depois tratar seu desaparecimento com tamanha frieza.

  Diana não achava que seu pai era ruim, na verdade o idolatrava, tinha orgulho de ser sua filha, e nunca o contestava... Mas ainda assim se mantinha curiosa, já eram quase quinze anos e nada do Marquinhos...

CAPITULO VI ==> ROMANCE A ROSA

CAPÍTULO VI
Naquela bela manha de Sol estridente todos daquela casa levantaram-se de manhanzinha para seus afazeres domésticos e não domésticos. O magnata Marajó já havia de ter saído bem cedo para cuidar das suas cabeças de gado enquanto a sua Senhora D. Nanci diretoriava os afazeres domésticos.
  Era uma casa grande, ali viviam além do donos da casa, a filha Iracema que dormi já há alguns anos, a jovem Diana e o caçula Matias. Claro que não conto aqui os empregados que viviam ao redor da fazenda em espécies de casas que os confortavam depois do dia cansado da labuta.
  A fazenda Cruzeiro do Sul, era uma referência na região, com os melhores cavalos e um gado leiteiro e de corte imensurável.
  A filha Diana havia a pouco chegado de volta à fazenda uma vez que tinha morado fora durante os anos de sua formação, apaixonada pelos animais fizera Medicina Veterinária, influencia do pai que muito apegado à filha, transmitira todo esse interesse para tal.
  Era a alegria da menina, agora já mulher quando conseguira salvar a vida de um animal, e alegria para o pai também, interesse econômico findado é lógico.
  Naquela manha não havia de ser diferente, pois mal tomara o café do desjejum e já estava sendo chamada para um socorro, Estrela umas das melhores éguas do estábulo dava a luz. Para Diana não poderia haver sena melhor, ajudou-a com muita dedicação, com muito carinho.
   Com o potro já nos braços comemorava mais uma vitória, e vibrava com o jeito do novo integrante daquele estábulo. Apaixonada pelos cavalos, sonhadora, porém solitária.

  Talvez tenha passado despercebido, às vezes não, mas figurei aqui que Iracema, a irmã mais velha, passara anos dormindo, e era realmente o que acontecia, já faziam cerca de cinco anos que ela estava em uma espécie de sono, e se mantinha viva graças aos cuidados da mãe, que passava dia e noite por conta de sua menina, desde que sofrerá uma queda Iracema permanecera naquele sono profundo. Muitos já a davam como morta, mas para a mãe um dia ela voltaria a acordar, e poderia contar tudo o que ocorreu para que ela pudesse ficar daquela maneira.

CAPITULO V==> ROMANCE A ROSA

CAPITULO V
  
Passou a noite debaixo da mesma árvore velha, e levantou-se bem cedo, quando Tíbia veio encostando o focinho em sua face, aquela sensação de frio lhe congelara até a alma.
  Agradeceu a cadela pelo carinho, e retribuiu-lhe com um longo cafuné, em sua cabeça que agora não estava mais tão empoeirada como da última vez.
  Recebia os olhares de piedade da pobre animal, e se compadecia dela, o que se passara na vida da coitada? O que ela poderia esperar? Um pedaço de pão? Talvez. Talvez nem isso...
Mas era preciso seguir viagem, e conseguir chegar a algum lugar, já se cansara de andar de um lado para o outro sem lugar fixo, sem ninguém, embora provavelmente fosse continuar na solidão, também do jeito que era ninguém gostaria de se aproximar...
  Seguiram então, montou-se no Alazão, e cortou estrada adentro, mal sabia o que fazer, para onde ir? Estava em um momento de indecisão, estava triste, não tinha como definir-se como seria sua vida, será possível traçar uma nova vida?




“Descera ladeira abaixo
Viveu tanta aventura, o que há de comprazer?
Sofreu tanta perseguição
Correu tanto da morte
Bateu de frente com ela também
Desafiou sua capacidade
Capacitou seus desafios
Viveu em função de si
Sofreu em função de só
Correu por entre vales e becos
Covardia? Não isso não teve...
Teve medo da fome...
Teve medo do frio
Teve medo da maldade
Teve medo do fracasso
Teve sonhos desiludidos
Teve coração partido
Chorou a ver quem amava partir
Partiu a ver que não despertava amor em ninguém
o animal lhe fez ver
o quão humano sempre fora
o tão cruel tornou-se
o quão culpado foi o mundo
Mas dava tempo de ragir?
Mas poderia se reerguer?
Conseguiria levantar-se sem levantar poeira?
Conseguiria limpar-se, e limpar a imagem que tinha?
Coragem?
Sempre teve....
E porque desistir agora?

Nunca desistira de nada, e não é agora que desistiria...

Tomara uma decisão: iria mudar....

CAPITULO IV ==> ROMANCE A ROSA

Capítulo IV
Agora não estava mais tão só... Preocupar-se-ia com alguém, teria uma família... Isso mesmo... Uma família... Aquela cachorra desaforada e atrevida seria sua filha, seria sua mãe, seria sua amiga, seria sua confidente, seu álibi, sua testemunha...
  Quem sabe ensinaria alguns truques de roubo no jogo para ela? Quem sabe não a treinaria para apresentações de circo, sinceramente acho que esse não era seu objetivo, de fugitivo da polícia para um simples treinador de cachorro? Seria cair muito, não?
  Melhor mesmo seria continuar sua vida, pregando suas peças, conseguindo seu dinheiro sujo, que depois de tomada a posse se tornara limpo...
  A essa altura, seu velho Alazão já sede sentia, e tomar água precisava já. Desceu abaixo a ladeira, e um rio encontrou... O Alazão que tinha esse nome, Alazão, pode tomar enfim, água, o suficiente para mais alguns quilômetros. Aproveitou se abastecer de água também... E Tíbia gostou tanto da água que pulou dentro do velho rio...
  Quando Tíbia saiu da água deixou uma nata cor marrom por cima da água, de tanta sujeira que tinha acumulado em sua pelagem.
  Tíbia se chacoalhou, e saiu correndo por meio aquele monte de terra seca, e latia alegremente, e gania, se sentia protegida...

  Sentaram-se abaixo da sombra de uma velha árvore sem folhas quase. Enrolou seu cigarro de palha e deu um trago, baforando no ar e na própria Tíbia, os olhos já estavam vermelhos talvez por causa do cigarro, talvez por causa do calor insuportável.

CAPITULO III ==> ROMANCE A ROSA

Capitulo III
  Sol escaldante, areia desgraçada, água em miséria ser humano em miséria, tudo em miséria.
  Os abutres se alimentavam dos restos de sobrevidas amontoados aos recantos. Coitados, mal sabiam do mau tipo de gente que muitas vezes servira de seu jantar. Triste não era estar ali, triste é não ter tido ou não ter aproveitado a oportunidade de se triare em um outro lugar.
  Às vezes tinha vontade de ser gente, ter família ter filhos. Viver feliz, mas às vezes, quase sempre achava que esse negócio de família era um saco, e que suas aventuras eram bem mais interessantes, seus tiros suas brigas, sua única e insatisfativa-satisfativa vida.
  Em todas essas historias que vivia sempre tia um retorno, benéfico, ou nem tão bom, e voltava sempre ao pensamento que o ser humano nada mais é do que aquilo que ele faz e aproveita. O ser humano é um amontoado de nada, um objeto escroto da mais péssima qualidade algo que é usado e que mesmo usado é capaz de usar os outros que deseja e que desdenha a mesma pessoa.
  O ser humano é um paradoxo entre o início e o fim, o tudo e o nada, o sim e o talvez...
  Então voltando ao ambiente escaldante, continuava cavalgando naquela espécie de deserto, quando percebeu no meio daquela mortalha e aquela ossada, o olhar de um ser dócil, um ser que mesmo estando sujo irradiava felicidade no olhar, o pobre ou a pobre animal já não exalava cheiro tão bom, e seu focinho ainda estava sujo de restos mortais de uma cabra.
  Antes de se alimentar desta cabra, talvez passasse tempos sem matar sua fome... Observando mais de perto verificou se tratar de uma fêmea, brincou com a bichana e ela gostou a ponto de querer lhe seguir... E teve permissão para tal...

  A bichana levou o nome de Tíbia, parte do animal que comia na hora em que foi encontrada. Tíbia se tornou uma grande amiga observadora, silenciosa, poderia ser muito útil nem sempre andar só pelo mundo é divertido. E uma companhia que nos ouça, e que permaneça calada talvez seja a mais interessante prova de companheirismo... Sua amizade com Tíbia estava só começando.

CAPITULO II==> ROMANCE A ROSA

Capítulo II
  Não sentira culpa tão pouco remorso, não era a primeira vida que tirara e certamente não seria a última, em seu modo de vista havia livrado a sociedade de um ser desprovido de caráter, um ser digno não mais do que de um tiro, lamentava apenas a bala de revólver perdida.
  Já estava longe do vilarejo, não teve nem uma boa vivência por lá, aliás, era quase sempre assim, infelizmente ou felizmente não eram sempre tão boa e muito menos calorosas as recepções, talvez pelo seu jeito diferente de pensar e de ver o mundo o modo de agir, de falar, de atirar, como atirava bem.
  Desde criança fora deste jeito, também com a criação que teve desde os sete anos ao lombo de um cavalo aprendeu a amansar, cavalgar, tudo com o pai, que morreu muito cedo... A mãe disse que o pai fora confundido com um meliante a acabou sendo assassinado por um grupo de policiais... A mãe também logo morreu...
  Com a orfandade passou a viver sua solidão com os outros, viajando sem rumo, perambulando se metendo em tudo enquanto é briga, tirando proveito de todas as situações possíveis.

  Passara por dificuldades, mas também por muitas horas de lazer e de prazer até porque um dos seus prazeres era viver em uma ordem sem ordem e sua lei era não ter lei, fazendo menção ao passado, vivendo o presente, projetando um futuro, a roda continua derrotas vieram, perder já havia sido algo de extrema preocupação e frequência agora a questão era de sobrevivência se manter por cima da carne seca...

Capítulo I do Romance ==> A Rosa

Não mais que um sonho que raiou ao meio dia, de um dia qualquer, mais que a escuridão indecente de um desejo penumbra. O acalento da solidão, o ladrar dos cães famintos o frio quente batendo à janela semiaberta.
  O corvo e a coruja a observar o horizonte o casto olhar de quem não pode enxergar mais adiante, até os pensamentos mais sórdidos custeavam a reputação da mais inescrupulosa mulher. Não era o que sentia, não era que queria, era o que era sem dar satisfações...
Capitulo I
Já raiava o sol da manha quando descera do cavalo em um pequeno vilarejo, entrou no primeiro bar que encontrou se é que não era o único existente ali. Em uma gusparrada demonstrando toda sua robustez e criação em berço amadeirado.
  Observou os poucos gatos pingados que ali coexistiam e fixou o olhar em uma mesa onde haviam três presas fáceis... Seguiu até o balcão e pediu uma bebia quente, a mais forte que houvesse ali. O balconista de modo grosseiro encheu a taça, para tal, e a mesma fora absorvida como a chuva no deserto. Tomou sua amada sem ao menos aperceber diferença em sua feição.
  Deu o pagamento ao orçamentário que o guardou em seu bolso sujo e malfazeja cor marrom desiste. Fixando neste o seu olhar e dizendo:
- Adiantas tu quem serás aqueles pintas?
- São do mais puro vigor, são homens de raça, homens de verdade. Jogadores profissionais.
- Profissionais? Profissionais...
Caminhou até os brutamontes, puxou a cadeira e sentou-se sem ao menos pedir licença. Com o olhar fixado em um dos brutamontes, olho a olho com o monocular:
- Jogaremos nós?
Os três com cara de deboche pouco deram atenção...
- Jogaremos... Afirmou.
- Nós não jogamos com este tipo de gente...
- Achas que sou incapaz? Dê as cartas, aposto a minha vida.
Não tinham como negar que a proposta era tentadora, distribuíram as cartas...
Na primeira rodada perdeu, ma nas seguintes venceu interruptamente... Foi quando um dos homens viu o risco que corriam... Um levantou-se e alegou que tal visitante estava roubando no jogo.
  Aceitara muita coisa menos que duvidassem de sua honestidade, levantou-se mais do que depressa e deu o grito:
- Cala a tua boca rebaixado...

Nisso ele já partira para cima com um golpe fora desmoronado; começou então uma confusão sem igual, todos do bar entraram na briga, mas foi com um tiro certeiro que o ofensor caiu duro, a confusão se intensificou. Visitante partiu antes que fosse para o cárcere...