Capítulo
II
Não sentira culpa tão pouco remorso, não era
a primeira vida que tirara e certamente não seria a última, em seu modo de
vista havia livrado a sociedade de um ser desprovido de caráter, um ser digno
não mais do que de um tiro, lamentava apenas a bala de revólver perdida.
Já estava longe do vilarejo, não teve nem uma
boa vivência por lá, aliás, era quase sempre assim, infelizmente ou felizmente
não eram sempre tão boa e muito menos calorosas as recepções, talvez pelo seu
jeito diferente de pensar e de ver o mundo o modo de agir, de falar, de atirar,
como atirava bem.
Desde criança fora deste jeito, também com a
criação que teve desde os sete anos ao lombo de um cavalo aprendeu a amansar,
cavalgar, tudo com o pai, que morreu muito cedo... A mãe disse que o pai fora
confundido com um meliante a acabou sendo assassinado por um grupo de
policiais... A mãe também logo morreu...
Com a orfandade passou a viver sua solidão
com os outros, viajando sem rumo, perambulando se metendo em tudo enquanto é
briga, tirando proveito de todas as situações possíveis.
Passara por dificuldades, mas também por
muitas horas de lazer e de prazer até porque um dos seus prazeres era viver em
uma ordem sem ordem e sua lei era não ter lei, fazendo menção ao passado,
vivendo o presente, projetando um futuro, a roda continua derrotas vieram,
perder já havia sido algo de extrema preocupação e frequência agora a questão
era de sobrevivência se manter por cima da carne seca...
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