terça-feira, 24 de dezembro de 2013

CAPITULO XVIII

CAPITULO XVIII
  Diana e Perola passaram juntas aquele dia praticamente inteiro, a pequena ainda apresentava certa resistência perante a namorada do pai, no fundo, lá no fundo a pequena Pérola acreditava que seu pai ainda poderia ter algo com sua mãe. 
  Estavam agora debaixo daquela árvore, árvore a qual Diana sempre gostava de ficar ali sossegada para meditar. Pérola brincava com umas pedrinhas, pedrinhas redondas que muitas haviam naquela região.
  Diana a observava, e sentia uma apatia pela aquela criança que era fora do normal, era algo que não era possível de explicar, era como se a conhecesse à muito tempo, aquele jeitinho meigo, ressabiado, um pouco fresquinha confesso, mas muito dócil. Tinha algo que sem dúvidas chamava a atenção, talvez lembrasse o pai, mas Pérola não era muito parecida com Julio, a não ser que Diana não tivesse ainda percebido onde estaria esta semelhança.
  - O que você gosta de fazer menina?
- Não gosto de fazer muita coisa, gosto de ficar quietinha, de ficar com a mamãe enquanto ela acaricia meus cabelos.
-Então você é bastante carinhosa. Sabe que eu sempre fui bem diferente de você?
- Diferente? Realmente, você é muito diferente de mim mesmo. Você fala, fala mais do que eu, eu gosto de ficar calada.
(Diana deu um sorriso breve) – Você gosta de ficar calada e eu aqui tentando fazer você falar.
- É, mais nõ tem problema, meu pai disse que eu devo conversar com você.
- Ah seu pai! Você não precisava conversar comigo se não quiser...
- Ah, então tá bom.
- Mas você quer conversar comigo?
- Quero a minha mãe, eu amo a minha mãe...
- Sim, você ama, e deve amar mesmo, ela deve ser muito boa.
- É ela é a melhor mãe do mundo.
- E ela é bonita?
- Ela é linda. Mas não está muito bem.
- Não? Por quê? O que está acontecendo com ela?
- Ela disse que eu não posso falar que o papai não precisa ficar sabendo disso.
- Disso o que?
- Que ela está doente...
- E o que ela tem?
- Não sei, eu não entendo destas coisas, é coisa de adulto. Eu não insisto, mas eu quero ficar pertinho da minha mãe. Eu tenho medo, medo dela morrer, tenho medo de ficar sem minha mamãe.
- Não precisa ficar assim, ela vai ficar bem, e vocês ainda vão dar muita risada juntas.
- Vamos sim, mas eu ainda tenho medo.
- Não vamos mais falar sobre isso, poderá te deixar deprimida. Vamos passear mais um pouco?
- Mas não é tarde?
- No lugar onde eu quero te levar é pertinho daqui.
  Assim as duas levantaram-se e foram em trote no cavalo de Diana, para uma casa que afeiçoava muito Diana, esta casa mesmo que poderá ter vindo a sua cabeça neste momento. A casa da mãe Joana.
  Desceram a beira do rio abaixo, e logo estavam na beira daquela simples casinha. Mãe Joana já a esperava na porta, como se já soubesse da visita de Diana, a velha estava com umas flores na mão, por falar nisso a casa de Joana era repleto de flores, te todos os tipos, mais as sua preferidas eram as rosas, como Joana amava aquelas rosas.
  - Minha filha você veio me visitar?
- Oh dona Joana, estava passando e resolvi dar um pulinho aqui...
- E trouxe sua sobrinha?
- Não, ela não é minha sobrinha, é minha enteada, sou noiva do pai dela.
- Pobre menina, sofre tanto...
- Como assim Dona Joana?
- Nada não, deixa pra lá, essa menina está com um olha sofrido.
- A senhora às vezes fala umas coisas que me assusta Dona Joana...
- Minha menina, não precisa de se assustar, qualquer um percebe no olhar de uma criança quando ela está triste, mas e você, como está?
- Estou muito bem Dona Joana, trabalhando, cuidando dos meus animais, e agora com esta companhia doce desta menina linda...
- Então ela já está morando com você?
- Não, não, ela não vira morar comigo, ela mora com a mãe...
- Mora com a mãe? Não entendo...
- O que não entende?
- Ela, morar com a mãe, ela visita a mãe, ela não mora com a mãe, a mãe dela está perto, mas está longe, está longe, muito longe...
- Como assim Dona Joana?
- Minha cabeça dói minha filha, dói muito, acho melhor fazer um chá.
- Eu devo ter algum comprimido aqui na minha bolsa...
- Não, não, deixa seus remédios, eu tenho os meus, as ervas que me curam, e eu cuido delas. Mas agora vou tomar meu chá.
- A gente também está de saída, passei só para que você conhecesse a menina.
- A sim, muito linda ela, ela deve ter saído à mãe.

  Diana ficara sem entender, mas deveria ser alguma coisa na cabeça de Dona Joana mesmo, ela estava confusa, parecia confusa segundo Diana. Era melhor deixa-la um pouco sozinha, saíram para voltar à fazenda.

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